Objetivos:
● Instigar o interesse pela leitura literária através de contos curtos;
● Estimular o pensamento crítico por meio de debates e produções orais e/ou escritas relacionadas ao conto proposto;
● Abordar questões decoloniais e de marginalidade, propondo comparações entre a visão de mundo do autor latino-americano e perspectivas eurocêntricas, estimulando o processo crítico- reflexivo dos alunos.
● Desenvolver as habilidades de leitura, escrita, escuta e fala;
● Possibilitar a imersão cultural;
● Desenvolver aspectos relacionados à personalidade, identidade, criatividade e imaginação;
Tempo: 50 min. para a aula (leitura, dúvidas de vocabulário, primeiras impressões), 50 minutos para a prática (debate, roleplay).
Materiais:
• Pincéis, lousa, folhas impressas do texto (Lámparas de hojalata – Álvaro Mutis).
Etapa 1:
a) A/o professor/a cumprimentará os alunos, preferencialmente em língua espanhola. b) Em seguida, em português, ele/ela dará início à temática da aula, apresentando brevemente a trajetória de autor Álvaro Mutis, destacando sua raíz colombiana, sua relação com a tradição literária latinoamericana e aspectos de sua obra que dialogam com temáticas sociais, históricos-culturais e decoloniais. Esse aparato deve ressaltar como autor aborda perspectivas que se distanciam de um cânone eurocêntrico (o que será retomado, posteriormente, na discussão crítica-reflexiva) c) Após a introdução, será entregue o conto impresso aos alunos para que possam realizar uma leitura silenciosa. d) Posteriormente, será realizada uma leitura conjunta em voz alta por voluntários ou pelo professor, caso não haja participantes.
Etapa 2:
a) Após as leituras, o professor irá perguntar aos alunos sobre o léxico presente no texto, se há palavras desconhecidas, e irá explicá-las através da definição, e não da tradução (contudo, se não houver compreensão, o professor poderá traduzir). b) Depois do esclarecimento lexical, o professor passará as atividades que poderão ser feitas em duplas, nas quais os alunos deverão identificar os personagens do conto, descrever suas características físicas, seus objetivos, identificar as características do local (real ou imaginário) onde a história acontece d) Ao final dessa segunda etapa, os alunos deverão expressar a imaginação a partir de uma frase e/ou desenho que esteja relacionado com o conto lido em aula.
Etapa 3:
O objetivo central é o uso da língua-alvo em situações significativas de comunicação. Se necessário, antes de passar ao uso livre (que pode ocorrer por meio da discussão do tema apresentado na fase anterior, de um roleplay sobre a situação apresentada, de reflexão sobre aspectos da cultura-alvo em contraposição à própria, a depender da temática abordada e dos objetivos do/a professor/a), os alunos poderão se preparar linguisticamente para tal uso a partir da realização de exercícios de sistematização mais dirigidos e/ou de repetição (denominado por nós nessa fase como “Prática”). Após esses exercícios, o professor poderá propor um debate em pequenos grupos ou duplas para que os alunos reflitam sobre como os personagens identificados e descritos na Etapa 2 podem simbolizar questões sociais e culturais latino-americanas, conectando a atividade linguística ao pensamento crítico-reflexivo e às questões decoloniais. Para que o uso livre aconteça, o professor deverá propor, com base em suposições sobre o que possa ser uma situação de interesse e próxima da realidade de seus alunos, situações em que eles tenham a possibilidade de se comunicar livremente utilizando o novo insumo em contexto significativo (Rozenfeld e Viana, 2006). Entre essas situações, sugere-se um roleplay em que os alunos façam uma atuação por meio de teatro, de um encontro entre personagens do conto e figuras de outras realidades culturais as quais têm conhecimento prévio, permitindo a comparação e a reflexão decolonial. Ainda nessa fase, propomos o fechamento, momento em que o(a) professor(a) encerrará as atividades da aula, promoverá apreciação do trabalho desenvolvido e proporá trabalho autônomo, por meio da sugestão, por exemplo, de aplicativos, sites, filmes, exercícios do livro ou pesquisas na internet, etc. Nesse fechamento, é recomendável que o professor, sempre que possível traga às aulas materiais culturais latino-americanos que abordem perspectivas decoloniais, estimulando o pensamento crítico-reflexivo dos alunos e faça indicações a fim de dar prosseguimento para além da sala de aula.
Observações: A presente proposta tem como objetivo a leitura guiada do texto “Lámparas de hojalata”, do colombiano Álvaro Mutis para, partindo do pressuposto que a leitura colabora para o desenvolvimento da personalidade, criatividade, imaginação e pensamento crítico. A leitura também é uma possibilidade de se conectar com os demais colegas de sala, expressar opiniões, acessar e compreender outras culturas a partir das culturas já vivenciadas, dentro da concepção de interculturalidade, e colaborar para o desenvolvimento das habilidades: escutar, falar, ler e escrever. Além disso, através da leitura torna-se possível desenvolver o pensamento crítico dos alunos acerca das questões coloniais, pela perspectiva decolonial, cujo intuito é minimizar o impacto eurocentrista presente no cânone literário. A escolha do conto de Álvaro Mutis se deu porque as possibilidades de atividades são amplas, como por exemplo, um debate: “O conto traz diferentes perspectivas das histórias eurocêntricas que costumamos ler e temos conhecimento? Quais?”, “Qual é a posição social do narrador? Como isso condiciona sua visão do mundo?”, não somente em relação ao vocabulário, mas também pelas possibilidades de desenvolvimento da imaginação dos alunos. Ainda, esse conto, por ser curto, pode servir como um meio a fim de instigar o hábito da leitura nos alunos. Para tanto, conforme Diana (2007), a literatura é uma forma de manifestação artística, assim, é possível levar como proposta de atividade que os alunos se manifestem através de desenhos, por exemplo, suas impressões sobre o texto, priorizando neste momento o desenvolvimento de impressões pessoais e imaginários dos alunos. Visto que, segundo Cosson (2007), a leitura é um processo vital para a aprendizagem, serão trabalhados textos que incentivem os alunos e instiguem o gosto por ler. Por fim, o propósito dessa proposta de leitura guiada é que os alunos façam uma imersão literária, que leiam e se expressem, através das perguntas orientadoras que serão apresentadas posteriormente e através de desenhos, que compreendam o vocabulário mas que, principalmente, compreendam a essência da mensagem que o conto visa passar para o leitor.
Autoria: Isabela Cristina Gonçalves dos Santos
Nível: A2