Ao discutirmos sobre pronúncia de uma língua, diversos aspectos devem ser considerados à prática de ensino no contexto de aprendizagem. Dentro do mundo da Fonética e Fonologia existem diferentes níveis de abordagem dos sons, sendo possível perceber uma diferença entre a interação de alguns elementos. Quando tratamos de sons isolados que constituem uma diferenciação semântica entre duas palavras, como em thought (/θɔːt/) e fought (/fɔːt/), nota-se que o foco está na produção dos fonemas / θ / e / f /. Por outro lado, ao utilizarmos uma abordagem comparativa da palavra comedy (/ˈkɒm.ə.di/) e comédia (/koˈmɛdʒiɐ/), observa-se que, apesar de existir diferenças entre os sons das palavras em inglês e português, o campo semântico entre os vocábulos não é alterado, além disso, ocorre uma mudança de posicionamento da vogal tônica entre as palavras do português para o inglês. Esses diferentes níveis de abordagens se tratam de aspectos segmentais e prosódicos da pronúncia (também conhecidos como suprassegmentais ou rítmicos).
Os aspectos segmentais consistem em vogais e consoantes que apresentam ou não uma diferenciação no sentido das palavras, enquanto os aspectos prosódicos estão ligados a características da pronúncia de sílabas, palavras ou até mesmo sentenças inteiras, englobando, por exemplo, entonação, ritmo e tonicidade silábica.
Essas diferentes abordagens do ensino de pronúncia, dentro do contexto de ensino-aprendizagem, podem ser utilizadas de forma concomitante ou separados. Entretanto, se torna importante destacar que esses aspectos não são independentes entre si, espera-se que o planejamento de ensino deva conter elementos segmentais e prosódicos.
Nas próximas páginas do Projeto ‘Ensino de Pronúncia’ você encontrará mais informações sobre os elementos segmentais e prosódicos do inglês, além de dicas para trabalhar esses aspectos em sala de aula. Confira!
Texto por Raffael Sansivieri Franco De Godoy.
Revisado por Laura Ferri Pulgatti.