Nesta página do projeto, objetivamos discutir, brevemente, os locais de articulação em que os sons mais comuns do inglês podem ser produzidos. Buscaremos incluir, nesse estudo, alguns exemplos e dicas práticas sobre o tema, como também abordar o ensino desses conhecimentos na aula de inglês.
1. Bilabial: esse local articulatório compreende o movimento dos lábios, superior e inferior. Essa região, cuja produção sonora denominada como bilabial (conhecida em inglês pelo mesmo nome), parte da ativação, principal, do lábio inferior, em contato com o superior externo da boca. Sons produzidos neste local incluem os sons / p /, / b / e / m /. Como exemplo prático para esses sons, mencionamos a palavra problem, possuindo os três sons consonantais executados na região (/ p /, / b / e / m /).
2. Labiodental: com o mesmo nome em inglês, e com o início no estímulo dos lábios inferiores, em contato sutil com os dentes superiores frontais, essa região articulatória inclui as consoantes / f / e / v /. Como forma de exemplificar os sons presentes nessa região, damos ênfase à palavra favor, que apresenta as duas consoantes previamente mencionadas.
3. Dental: com nomenclatura semelhante em língua inglesa, essa região parte do movimento da ponta da língua, em contato sutil com os dentes superiores e inferiores frontais. Sons comumentes produzidos em tal local são os de “th”, em inglês (/ θ / e / ð /). A explicação desses sons pode ser uma boa oportunidade para diferenciar os sons do th no inglês, separando-os em vozeado e desvozeado, como nas palavras three e there.
4. Alveolar: esse ponto articulatório inclui o movimento da extremidade (ápice ou lâmina) da língua, em contato com o alvéolo, parte traseira dos dentes superiores frontais. Como um dos locais articulatórios mais diversificados, pode realizar diferentes modos de execução sonora, podendo produzir consoantes como: / t /; / d /; / n /; / s /; / z /; e / l /. Como exemplos, mencionamos as palavras auxiliares do e does, que possuem, no caso da segunda, dois sons consonantais produzidos na região. Similarmente ocorre com a palavra tennis, tal que possui três consoantes alveolares.
5. Alveopalatal: conhecido em inglês como Palato-alveolar, ocorre quando a parte média da língua (dorso) encosta ou se aproxima da região central do palato duro (céu da boca); e pode resultar em sons como: / ʧ /, / ʤ /, / ʃ / e / ʒ /. A palavra chair demonstra um dos sons presentes na explicação, assim como job.
6. Palatal: com apenas um som presente na língua inglesa: / j /; reconhecido, por exemplo, na palavra you, esse local de articulação pode ser ativo pela aproximação da parte inicial da língua (também intitulada de lâmina) com a região final do palato duro (céu da boca).
7. Velar: homônimo à língua inglesa, é ativado quando a região de trás da língua encontra o palato mole (parte traseira do céu da boca), e produz sons como: / k /, / ɡ / e / ŋ /. Com o objetivo de demonstrar os fonemas isolados, exemplos como a palavra king podem ser utilizados para explicar não somente os sons presentes, mas como a diferenciação entre os sons / ɡ / e / ŋ /.
8. Glotal: denominado na língua inglesa como Glottal, ocorre quando as dobras, vínculos ou pregas vocais são estimuladas, resultando no som / h /. Expressos nas palavras here e has, por exemplo.
9. Velar-labial: nomeado em inglês como Labial-velar, o local de articulação é ativo no momento em que, concomitantemente, os lábios se contraem e, em seguida, se abrem; e a língua, rígida, em posição média, posiciona-se para articular os sons das vogais que seguem. Esse é o exemplo do som inicial do auxiliar will (/ w /).
Qual a importância de aprendermos/ensinarmos esses locais articulatórios em aulas de inglês, e como abordá-los?
Inicialmente, frisamos a importância de estimular a consciência fonética e fonológica em aprendizes de inglês, informando-lhes os principais órgãos de fala na produção sonora. Além disso, enquanto conteúdos interessantes para aprendizagem – para quaisquer níveis de proficiência –, defendemos que o ensino desses tópicos devam, eventualmente, fazerem-se presentes em aulas que priorizem a pronúncia e a comunicação. Reconhecemos, todavia, que, por questões didáticas, estes conhecimentos possam ser lecionados conforme as dúvidas e dificuldades dos discentes, e que suas nomenclaturas não sejam priorizadas, mas antes que o foco mantenha-se em representações visuais e nos locais de produção, propriamente.
Sugerimos, ainda, que tanto um espelho de mão, pequeno, possa ser levado a encontros presenciais, enquanto que, em aulas on-line, sejam portadas figuras detalhadas dessas regiões articulatórias. Indicamos, também, a exemplificação de sons semelhantes aos detalhados nesta página (quando produzidos nos mesmos locais de execução). Exemplos podem ser encontrados no website: https://www.internationalphoneticassociation.org/IPAcharts/IPA_chart_orig/pdfs/IPA_Kiel_2020_full.pdf
Referências
CARLEY, P.; MEES, I. M. English phonetics and pronunciation practice. Routledge, 2017.
SEARA, I. C.; NUNES, V. G.; VOLCÃO, C. L. Fonética e fonologia do português brasileiro: 2º período. Florianópolis: LLV/CCE/UFSC, 2011.
IPA CHARTS. Disponível em: https://www.internationalphoneticassociation.org/IPAcharts/IPA_chart_orig/pdfs/IPA_Kiel_2020_full.pdf. Acesso em 2 jul. 2025.
Texto por Raffael Sansivieri Franco de Godoy e Vitor Xavier Gonçalves.Revisão por Natália Rosalen de Castro.