Neste texto, realizamos uma breve apresentação dos sons consonantais / p / e / b /, com o objetivo inicial de explorar, comparativamente, as formas como são articulados e como podem ser categorizados. Posteriormente, discutiremos algumas estratégias didáticas que o professor de inglês pode utilizar para abordar esses fonemas em sala de aula, priorizando, sobretudo, o estímulo da comunicação e fluidez das habilidades orais e de escuta de aprendizes.

Características acústicas e articulatórias dos sons

Assim, constatamos primeiramente que o som / p / é caracterizado como plosivo, bilabial e desvozeado. Isto significa que para ser produzido, os lábios devem iniciar completamente fechados e, em sequência, serem abertos rapidamente. Com esse movimento, o ar não vibrado pelas cordas vocais (desvozeado), que sai do pulmão, realiza uma pequena explosão (plosivo), de forma a executar o som. Em palavras como pack e pipe, ele aparece de forma clara. 

Por outro lado, o som / b / é um plosivo bilabial vozeado. A articulação inicial é idêntica à do / p /, com os lábios se encontrando para bloquear o fluxo de ar. No entanto, durante sua produção, as cordas vocais vibram, diferenciando-o de seu não vibrado (/ p /). Exemplos comuns incluem palavras como bat e ball. 

As categorias desses segmentos (/ p / e / b /) ocorrem dessa maneira em todas as línguas as quais estes sons pertencem. Todavia, sua execução na língua inglesa é, em geral, mais marcada. Esse fenômeno, presente na execução de / p / é conhecido como “aspiração”, que se dá pela abundância de ar comumente utilizada por falantes de inglês. O som / b /, assim como outras plosivas vozeadas,  não é aspirado como o / p / (não possui um excesso marcado de ar).


Como ensiná-los?

Por serem produzidos na mesma região da boca (ambos bilabiais), estes sons se assemelham, de maneira que, por vezes, podem comprometer a compreensão oral de estudantes. Logo, realizar o / p / de forma marcada, com o excesso de ar comum entre os falantes do inglês, pode ser uma estratégia, dentre outras (qualidade acústica do ambiente, virtual ou presencial, e a velocidade do discurso, etc.) de distingui-los.

Existem alguns procedimentos, significativos e comunicativos que podem ser empregados no momento de ensinar a pronúncia desses fonemas e que vão além de sua simples repetição. O uso de pares mínimos (1), como pat vs. bat ou pear vs. bear, podem auxiliar na percepção das diferenças sutis entre os dois sons. Trava-línguas (2) tornam o aprendizado mais dinâmico, como em Pass me the pepper please, Paul ou Barbara banged her elbow on the table. Além disso, a inclusão de músicas e textos orais (3) proporciona uma prática contextualizada e natural, reforçando a pronúncia desses sons em situações autênticas. Complementando essas atividades, representações visuais (4), como diagramas da boca e garganta, oferecem uma referência clara para a articulação correta desses sons. 

Nas demais páginas do projeto você encontrará discussões similares a esta, discutindo outros aspectos e segmentos do inglês. Não perca!

Referências

CARLEY, P.; MEES, I. American English phonetics and pronunciation practice. Routledge, 2019.

CARLEY, P.; MEES, I. M. English phonetics and pronunciation practice. Routledge, 2017.

CELCE-MURCIA, M. et al. Teaching pronunciation: A course book and reference guide. Cambridge University Press, 2010.

Texto por Vitor Xavier Gonçalves e Laura Ferri Pulgatti.

Revisado por Natália Rosalen de Castro.Imagem por Renato da Silva Caruzzo.